O objeto é considerado uma Tecnologia Assistiva e possibilita a pessoa com deficiência visual identificar o valor da nota sem a necessidade de aplicativos ou dispositivos eletrônicos
Amanda segura o identificador de notas e posa para foto. (foto: Priscilla Figueiredo/ Rádio Adevirp)
Uma Terapeuta ocupacional (T.O), de Ribeirão Preto, e residente na Adevirp (Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e Região), desenvolveu o projeto de um identificador de notas de dinheiro para pessoas com deficiência visual, feito em impressora 3D. O objeto possibilita a identificação de notas do plano Real sem a necessidade de aplicativos ou dispositivos eletrônicos.
De acordo com Amanda de Fátima Barbosa, de 24 anos, a ideia surgiu durante o atendimento de uma paciente, já idosa, no Serviço de Atenção Primária à Saúde, que estava em processo de perda da visão e já não conseguia mais identificar os diferentes valores das notas, impossibilitando sua autonomia na hora de pagar coisas simples, como as compras no mercado.
“Discutimos sobre a possibilidade de usar um aplicativo no celular para essa finalidade [identificar o dinheiro], mas por ser idosa, havia falta de afinidade no uso do celular. Assim, veio a ideia de criar uma Tecnologia Assistiva que fosse mais compacta e leve para auxiliá-la durante as atividades dentro e fora de casa”, diz Amanda.
Processo de criação
A profissional, que atualmente realiza pós-graduação no Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Integral à Saúde pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), conta que não demorou muito para desenvolver e aprimorar a peça. Em dois dias o objeto estava pronto. “Estava empolgada no dia”, acrescenta a jovem.
Segundo o professor de Tecnologia Assistiva da Adevirp, que também tem deficiência visual, Guilherme Sandrim, essa iniciativa é fundamental para promover a autonomia da pessoa com deficiência visual além de auxiliar àqueles que não têm destreza com a tecnologia ou ainda não tem acesso à Internet.
“Muitas vezes estou em um lugar que não tem Internet, então eu posso levar esse identificador, que é compacto e leve, para me auxiliar na identificação do dinheiro”, completa o professor. Guilherme ainda ressalta que mesmo sendo um protótipo, o objeto já é muito eficaz no dia a dia.
Amanda ainda explica que o objeto é um protótipo e que precisa de mais alguns passos além do que já foi desenvolvido, mas que está otimista com os resultados apresentados em aula, e pretende expandir a criação para outros municípios.
“Bom, espero ajudar e auxiliar os deficientes visuais com essa criação, propiciando maior independência no dia a dia”, conclui.
Como funciona
O Identificador de Notas é retangular, pesa por volta de 30 gramas, seu tamanho é de 16 centímetros por oito centímetros. Por dentro há seis relevos, como se fossem pequenos degraus, para o encaixe das seis notas do nosso sistema monetário.
A ordem de identificação vai do menor valor para o maior. Então o primeiro encaixe corresponde a nota de dois reais, o segundo a nota de cinco e assim sucessivamente. É só a pessoa colocar o dinheiro dentro e com o tato ela vai sentir em qual desses encaixes a nota se adequou e assim saber o valor correspondente correto.
(texto por Priscilla Figueiredo)
(fotos: Priscilla Figueiredo/ Rádio Adevirp)
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Carrossel com quatro fotografias coloridas, mostra a terapeuta ocupacional mostrando o identificador de notas para dois educandos da Adevirp e depois ela segurando o objeto.
Nas duas primeiras fotos, Amanda está sentada e mostra o identificador de notas, através do tato, para um educando e depois para uma educanda. Na terceira, ela aparece da cintura para cima e segura o objeto, que é vermelho, em frente ao seu corpo. Ela sorri. E por último, em plano fechado, só aparecem as mãos de Amanda que seguram o objeto.
